Nesta terça-feira, 24 de março, Benjamin Cardin, senador democrata do estado americano de Maryland, introduziu um projeto de lei para que os jornais possam se reestruturar como “nonprofits” – organizações sem fins lucrativos. Ou seja, dentro do “Cardin's Newspaper Revitalization Act” os jornais beneficiariam de isenções de imposto – podendo manter 100% da renda arrecadada com anúncios e assinaturas e recebendo “breaks” sobre eventuais contribuições.
Os jornais passariam a operar como “nonprofits” para fins educacionais sob o sistema de imposto americano, o que os daria uns status similar ao de companhias públicas de transmissão de notícias. Além disso os jornais operariam livremente, ainda com a liberdade de relatar sobre todo tipo de assunto, entre eles campanhas políticas, mas estariam proibidos de apoiar candidatos e/ou partidos.
Parte da lógica é que como o lucro dos jornais vem caindo significantemente (e constantemente) nos últimos anos, se a lei for implementada, não haverá grandes mudanças – ou perdas – no que diz respeito ao “federal revenue”. Até que faz sentido...
Segundo agências de notícias, o projeto já desencadeou grande interesse no mundo da mídia. O que jornais querem, ou melhor necessitam, é de uma estratégia para sobreviver.
Em poucos meses, os americanos viram jornais antigos e renomados encerrar suas publicações diárias. Seja de vez ou seja passando todo o seu conteúdo para a internet, como no caso do Seattle Post-Intelligencer. E parece mais uma avalanche, é um atrás do outro...Rocky Mountain News, Baltimore Examiner, San Francisco Chronicle, entre outros. O Chicago Tribune e o Los Angeles Times – ambos parte do Tribune Co., que apelou pela proteção sob alegações de falência em dezembro de 2008 – acabaram de anunciar que estarão unindo suas operações de cobertura internacional. O objetivo, segundo o editor do Chicago Tribune, Gerould Kern, é reduzir os custos das operações internacionais e melhorar as reportagens locais/nacionais (onde o público está cada vez mais exigente, com cada vez mais opções...).
O que fazer agora? Sim, é tarde. Mas, melhor focar no que os jornais estão tentando fazer para sobreviver. O mais óbvio já esta sendo feito, enxugar, enxugar e enxugar custos. Eliminando repórteres, editores e fotógrafos...Mas só isso também não resolve... Que tal então introduzir uma taxa para aqueles que acessam a noticia online? Por onde se inicia a implementação dessa cobrança? Quantos pagariam? Quantos deixariam o Washington Post ou o New York Times de lado? Que tal cobrar o Google todas as vezes que uma página do seu jornal aparecer como resultado de pesquisa? Que tal, que tal, que tal?
O problema, ou pelo menos um dos grandes problemas, é que os “big guys” dos jornais demoraram tempo demais para entender, aceitar ou quem sabe até prestar atenção no que era realmente a internet. Por conseqüência, eles não estavam preparados para a revolução introduzida pela Web e levaram uma baita rasteira quando “bloggers” e outros internautas passaram a levar as noticias (de graça!) para a internet. De repente já era tarde demais... De um dia para o outro, qualquer pessoa com um certo nível de instrução, um computador e um acesso a internet podia atuar como jornalista... E essa “tragédia para o jornalismo” será analisada no próximo texto.
* Reportagem: Reuters, 24.03.2009 & Businessweek, 24.03.2009
Os jornais passariam a operar como “nonprofits” para fins educacionais sob o sistema de imposto americano, o que os daria uns status similar ao de companhias públicas de transmissão de notícias. Além disso os jornais operariam livremente, ainda com a liberdade de relatar sobre todo tipo de assunto, entre eles campanhas políticas, mas estariam proibidos de apoiar candidatos e/ou partidos.
Parte da lógica é que como o lucro dos jornais vem caindo significantemente (e constantemente) nos últimos anos, se a lei for implementada, não haverá grandes mudanças – ou perdas – no que diz respeito ao “federal revenue”. Até que faz sentido...
Segundo agências de notícias, o projeto já desencadeou grande interesse no mundo da mídia. O que jornais querem, ou melhor necessitam, é de uma estratégia para sobreviver.
Em poucos meses, os americanos viram jornais antigos e renomados encerrar suas publicações diárias. Seja de vez ou seja passando todo o seu conteúdo para a internet, como no caso do Seattle Post-Intelligencer. E parece mais uma avalanche, é um atrás do outro...Rocky Mountain News, Baltimore Examiner, San Francisco Chronicle, entre outros. O Chicago Tribune e o Los Angeles Times – ambos parte do Tribune Co., que apelou pela proteção sob alegações de falência em dezembro de 2008 – acabaram de anunciar que estarão unindo suas operações de cobertura internacional. O objetivo, segundo o editor do Chicago Tribune, Gerould Kern, é reduzir os custos das operações internacionais e melhorar as reportagens locais/nacionais (onde o público está cada vez mais exigente, com cada vez mais opções...).
O que fazer agora? Sim, é tarde. Mas, melhor focar no que os jornais estão tentando fazer para sobreviver. O mais óbvio já esta sendo feito, enxugar, enxugar e enxugar custos. Eliminando repórteres, editores e fotógrafos...Mas só isso também não resolve... Que tal então introduzir uma taxa para aqueles que acessam a noticia online? Por onde se inicia a implementação dessa cobrança? Quantos pagariam? Quantos deixariam o Washington Post ou o New York Times de lado? Que tal cobrar o Google todas as vezes que uma página do seu jornal aparecer como resultado de pesquisa? Que tal, que tal, que tal?
O problema, ou pelo menos um dos grandes problemas, é que os “big guys” dos jornais demoraram tempo demais para entender, aceitar ou quem sabe até prestar atenção no que era realmente a internet. Por conseqüência, eles não estavam preparados para a revolução introduzida pela Web e levaram uma baita rasteira quando “bloggers” e outros internautas passaram a levar as noticias (de graça!) para a internet. De repente já era tarde demais... De um dia para o outro, qualquer pessoa com um certo nível de instrução, um computador e um acesso a internet podia atuar como jornalista... E essa “tragédia para o jornalismo” será analisada no próximo texto.
* Reportagem: Reuters, 24.03.2009 & Businessweek, 24.03.2009